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Quem é o treinador português que impressionou Lula?
Nem só de Dilma Rousseff, do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional, da Polícia Federal, de ministérios, da Receita Federal, do juiz Sérgio Moro ou de tomadas de posse fala Lula da Silva nas gravações a que foi sujeito pela Operação Lava-Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras. Não: Lula fala também de futebol. E logo para elogiar o um treinador português – o único em todo o Brasil – ao serviço da tradicional mas modesta Ferroviária de Araraquara.
“Ouvi uma entrevista do técnico da Ferroviária, ele é português”, disse Lula a Edinho Silva, influente ministro da Comunicação do governo Dilma, alto quadro do Partido dos Trabalhadores, natural de Araraquara e adepto da Ferroviária. “Fiquei impressionado com a entrevista dele, o cara é bom, como é que ele foi parar na Ferroviária?”, pergunta o ex-presidente, de 70 anos, em chamada mantida em fevereiro.
O treinador que impressionou Lula chama-se Sérgio Vieira, tem 33 anos, e uma extensa carreira como observador e adjunto em clubes portugueses, após ter abandonado os relvados aos 21 anos, por sentir não ter condições de se tornar um ponta-de-lança de qualidade. Vieira, natural da Póvoa do Lanhoso mas a viver em Braga quase toda a vida, passou por Naval, Académica, Sporting de Braga, duas vezes, e pelo Sporting, onde chegou como membro da equipa técnica de Domingos Paciência, em 2011. Trabalhou também com Manuel Machado, Franky Vercauteren, Sá Pinto ou Jesualdo Ferreira, entre outros.
Sérgio Vieira “não é mágico”, mas está a acordar o gigante algarvio
Por:Rui Viegas
Entrevista ao treinador que lidera a II Liga, ao leme do Farense. Sérgio Vieira não entra em euforias, apesar de já ter mais dez pontos que os terceiros classificados, na viragem do ano.
Sérgio Vieira, treinador do Farense, coloca água na fervura da subida de divisão. O clube algarvio comanda a II Liga, com mais dois pontos que o Nacional da Madeira e mais dez que Leixões e Varzim, que partilham a terceira posição.
Em entrevista a Bola Branca, o técnico de 36 anos rejeita fazer contas antecipadas, muito menos entrar em supostos festejos. O campeonato é uma maratona e a temporada de 2019/20 tem sido bastante difícil, defende. Ainda assim, Vieira admite que a temporada no São Luís está a correr bem, em comparação com a última, em Famalicão, de onde saiu sem concluir o trabalho.
“Realmente, este ano, está a ser um trabalho mais perfeito do que o anterior, porque estamos no primeiro lugar. Quando no início da época muita gente nem falava no Farense. Quando sabemos as dificuldades que passamos, temos superado”, começa por adiantar o treinador natural de Póvoa de Lanhoso, para quem é impossível dizer nesta altura se mora na Madeira o principal concorrente dos algarvios à subida de divisão.
“Já tivemos o Covilhã próximo, temos equipas muito equilibradas, com estruturas de I Liga, preparadas para este campeonato. E nós não somos mágicos e eu não sou mágico para adivinhar se vai ser o Nacional. Estamos focados apenas em nós”, sustenta.
Após 14 épocas no primeiro escalão, o Farense iniciou a sua queda vertiginosa em 2002 que só parou na “estaca zero”.
Seguiu-se uma “travessia do deserto” que pode terminar esta temporada, com vários treinadores e presidentes depois. João Rodrigues, empresário da “terra”, é hoje o líder da SAD farense, com um só objetivo: devolver o histórico emblema da capital do Algarve ao convívio dos grandes do futebol nacional. A seu lado, André Geraldes, ex-braço direito de Bruno de Carvalho no Sporting.
Sérgio Vieira, o treinador com passagens por Famalicão, Moreirense ou Brasil, foi o homem escolhido para protagonizar o projecto, sustentado, de regresso à I Liga. Na cidade, a possível celebração no final da época é tema de conversa diária, mas Vieira prefere destacar o trabalho mais abrangente que está a ser feito no clube.
“O clube desceu aos distritais, acabou, e as pessoas apaixonadas pelo Farense sabem que sofreram muito nesses momentos. Então, tudo o que seja evolução, de uma forma sustentada, é muito positivo para eles. Sabem que o clube está no caminho certo. Agora, a cereja no topo do bolo será realmente regressar à elite do futebol português. E isso, podem ter a certeza que podem contar com todos, internamente, determinados em alcançar esse objectivo”, finaliza.