Sérgio Vieira “não é mágico”, mas está a acordar o gigante algarvio
Por:Rui Viegas
Entrevista ao treinador que lidera a II Liga, ao leme do Farense. Sérgio Vieira não entra em euforias, apesar de já ter mais dez pontos que os terceiros classificados, na viragem do ano.
Sérgio Vieira, treinador do Farense, coloca água na fervura da subida de divisão. O clube algarvio comanda a II Liga, com mais dois pontos que o Nacional da Madeira e mais dez que Leixões e Varzim, que partilham a terceira posição.
Em entrevista a Bola Branca, o técnico de 36 anos rejeita fazer contas antecipadas, muito menos entrar em supostos festejos. O campeonato é uma maratona e a temporada de 2019/20 tem sido bastante difícil, defende. Ainda assim, Vieira admite que a temporada no São Luís está a correr bem, em comparação com a última, em Famalicão, de onde saiu sem concluir o trabalho.
“Realmente, este ano, está a ser um trabalho mais perfeito do que o anterior, porque estamos no primeiro lugar. Quando no início da época muita gente nem falava no Farense. Quando sabemos as dificuldades que passamos, temos superado”, começa por adiantar o treinador natural de Póvoa de Lanhoso, para quem é impossível dizer nesta altura se mora na Madeira o principal concorrente dos algarvios à subida de divisão.
“Já tivemos o Covilhã próximo, temos equipas muito equilibradas, com estruturas de I Liga, preparadas para este campeonato. E nós não somos mágicos e eu não sou mágico para adivinhar se vai ser o Nacional. Estamos focados apenas em nós”, sustenta.
Após 14 épocas no primeiro escalão, o Farense iniciou a sua queda vertiginosa em 2002 que só parou na “estaca zero”.
Seguiu-se uma “travessia do deserto” que pode terminar esta temporada, com vários treinadores e presidentes depois. João Rodrigues, empresário da “terra”, é hoje o líder da SAD farense, com um só objetivo: devolver o histórico emblema da capital do Algarve ao convívio dos grandes do futebol nacional. A seu lado, André Geraldes, ex-braço direito de Bruno de Carvalho no Sporting.
Sérgio Vieira, o treinador com passagens por Famalicão, Moreirense ou Brasil, foi o homem escolhido para protagonizar o projecto, sustentado, de regresso à I Liga. Na cidade, a possível celebração no final da época é tema de conversa diária, mas Vieira prefere destacar o trabalho mais abrangente que está a ser feito no clube.
“O clube desceu aos distritais, acabou, e as pessoas apaixonadas pelo Farense sabem que sofreram muito nesses momentos. Então, tudo o que seja evolução, de uma forma sustentada, é muito positivo para eles. Sabem que o clube está no caminho certo. Agora, a cereja no topo do bolo será realmente regressar à elite do futebol português. E isso, podem ter a certeza que podem contar com todos, internamente, determinados em alcançar esse objectivo”, finaliza.